sábado, 7 de maio de 2011

Câmara Municipal de Arcoverde abre as portas para a cultura local com o projeto Semana Cultural

Texto: PC Cavalcanti
Fotos: PC Cavalcanti

     Uma das fundadoras do ritmo em Arcoverde, dona Severina Lopes demonstra que ainda tem muito fôlego    

Aconteceu na noite dessa sexta-feira (6), a primeira de oito sessões solenes, que a Câmara Municipal de Arcoverde realizará em homenagem as manifestações culturais da Capital do Sertão. O projeto de autoria do vereador Luciano Pacheco, batizado de Sexta-feira Cultural, acontecerá todas as sextas-feiras de cada mês, tem como principal objetivo divulgar, resgatar e aproximar a população arcoverdense de sua principal riqueza. A iniciativa do parlamentar conta com o apoio da Coletiva Cultural de Arcoverde (COCAR), uma entidade sem fins lucrativos, que age em defesa dos valores culturais, não só os da Terra do Cardeal, mas também da região.
 
Na sessão de estreia, a manifestação cultural homenageada foi a de maior visibilidade em Arcoverde: o Samba de Coco. Participaram do evento todos os grupos do município que, além de serem homenageados e receberem placas de reconhecimento, deram uma demonstração da sua arte e botaram todos os convidados para dançar. 

O grande homenageado da noite foi um senhor de 80 anos, que no século passado deu início aos primeiros movimentos para formação de grupos, que na época eram conhecidos apenas como Coquistas. Seu Severino Amaro dos Santos, ou simplesmente Biu Neguinho, como é conhecido no meio artístico, foi também um dos criadores da batida que caracteriza o Samba de Coco, única em todo o mundo.

Usando a tribuna, o presidente do COCAR Kléber Araújo, lembrou que aproximação do poder legislativo com o COCAR vem desde o evento de apresentação da entidade, acontecida em 20 de novembro de 2009 de 2009. Naquela oportunidade, segundo Kléber, o poder legislativo se fazia presenta na pessoa da vereadora Luiza Margarida. “Depois o COCAR foi reconhecido como entidade pública, através de projeto votado na Câmara, e recebeu diversas Moções de Aplauso, sendo a última apresentada pelo vereador Luciano Pacheco”. 

O presidente do COCAR lembrou ainda que, apesar da cultura arcoverdense ser conhecida no cenário nacional e internacional, através do Samba de Coco Raízes de Arcoverde, os fazedores de cultura não têm o apoio necessário para mostrar sua arte. E cobrou um velho sonho dos artistas locais: “Uma questão que precisa ser bastante cuidada é a nossa produção artística. Precisam de um espaço digno para apresentação. Vamos voltar nossas atenções para a necessidade de se retornar o projeto do nosso teatro municipal. Esse equipamento cultural não pode ficar no esquecimento”. 

Kléber destacou também a importância da difusão das produções artísticas. Para ele “não adianta ter tantos artistas, tantas pessoas fazendo cultura, se a maior parte da nossa população acaba se lixando, dão as costas e só querem ouvir o que chamam de forró de plástico e fulerage music”. Na ótica do presidente do COCAR, é preciso fazer um investimento na formação do público, “através de ações de arte educativa nas escolas e comunidades”, destacou. 

Ao usar a tribuna, o vereador Luciano Pacheco destacou a importância do projeto que foi aprovado por unanimidade pelos seus colegas. “A riqueza desse evento que fazermos hoje em Arcoverde. A criação desse projeto que foi votado na Câmara e aprovado por unanimidade, criando a Sexta-feira Cultural, tem o caráter primordial de resgatar, valorizar e patrocinar cada segmento da cultura de Arcoverde”, destacou o parlamentar. E acrescentou: “O poder público municipal, federal ou estadual, só poderá ter o seu trabalho completo, se esse trabalho for interligado com todos os seguimentos sociais. E o seguimento cultural é o seguimento que o poder público não deve ter distância, tem que estar intimamente ligado, porque, é através da cultura, que nós podemos ver o exemplo de hoje. Essas crianças que hoje participam aqui, serão as crianças da história do nosso município. Crianças que integram os Sambas de Coco de todos os grupos. São elas a garantia de que o Samba de Coco em Arcoverde não é apenas uma passagem de um grupo que se iniciou com o Raízes e com as Irmãs Lopes. São essas crianças que vão dar continuidade a essa valorização do Samba de Coco em Arcoverde”, observou Luciano Pacheco. 

O vereador deu uma notícia importante às seguimentos culturais de Arcoverde. Segundo ele, nos próximos dias, o deputado estadual Júlio Cavalcanti apresentará na Alepe, um projeto para que Arcoverde seja reconhecida nacionalmente como a Terra do Samba de Coco, assim como Serra Talhada, por exemplo, é reconhecida com a Terra do Xaxado. Com o reconhecimento oficial, os movimentos culturais da Capital do Sertão teriam uma visibilidade bem maior, o que certamente resultaria em mais desenvolvimento, especialmente no que se refere às produções culturais dos artistas locais.  



 

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