quarta-feira, 9 de maio de 2012

Maternidade Alcides Cursino ainda sob ameaça de fechar as portas

Políticos se reúnem com a direção e funcionários da maternidade para tentar achar soluções que evite o fechamento da Unidade de Saúde

Desde que o atual prefeito de Buíque tomou posse em janeiro de 2009, a maternidade Alcides Cursino navega por águas turbulentas e vive em constante ameaça de fechar suas portas e parar com o atendimento de quase 3 mil pessoas ao mês. No sábado (5/5) políticos se reuniram com funcionários e a direção da unidade de saúde, com o objetivo de encontrar soluções que possam evitar o fechamento da instituição que há mais de 40 anos presta serviços aos buiquenses e contabiliza quase 40 mil atendimentos por ano.

A reunião contou com a presença do deputado federal Jorge Corte Real, que expressou preocupação com o fato, mas demonstrou muita disposição para ajudar na manutenção da maternidade. O deputado disse que conseguiu, através de emenda parlamentar, 250 mil reais em recurso, que servirão para amenizar o problema enquanto outras soluções não forem encontradas.

“Uma das coisas que me preocupam muito em Buíque, é essa instabilidade da maternidade Alcides Cursino. Nós fizemos um convênio através do SESI, onde repassamos mensalmente uma verba em dinheiro para que a maternidade tenha condições de atender principalmente os industriários da região. Depois, na ocasião onde houve uma ameaça de cancelar os atendimentos, nós fizemos ações junto ao secretário de saúde e mantivemos esses atendimentos. Ultimamente eu tive a oportunidade, dentre as minhas emendas parlamentares, destinar 250 mil reais, já carimbados, para a maternidade Alcides Cursino. Isso quer dizer que as ações a médio e curto prazo nós temos tomado para evitar o fechamento da unidade”, garantiu o deputado.

Outro político que demonstrou muita preocupação com a situação da maternidade foi o ex-prefeito Arquimedes Valença. O político lembrou que na época em que governou o município a unidade de saúde navegava em águas bem mais tranquilas. Valença contou que sob a sua administração, o município repassava mensalmente, através de convênio, uma verba para ajudar na manutenção da unidade. “A cada ano nós renovávamos o convênio e aumentávamos o valor de acordo com a inflação. Em 2008, último ano do meu governo, foi repassado, se eu não me engano, 27 mil reais por mês. Ou seja, nesse ano a maternidade recebeu mais de 300 mil reais para continuar prestando seus bons serviços a população buiquense”.

Ex-secretário de saúde, ex-vice-prefeito, ex-prefeito, ex-vereador e um dos médicos mais conceituados e queridos do município, Dr. Dílson Santos expressou toda a sua preocupação e indignação com fato, prometendo que enquanto ele for médico daquela unidade de saúde, não medirá esforços para que a maternidade continue prestando atendimento à população de Buíque.

“A maternidade vem lutando muito para sobreviver e prestar um trabalho digno a população. Sozinha ela vem mantendo um trabalho para toda a população de Buíque, onde outros órgãos poderiam também ajudar. Nós temos, por exemplo, os postos de saúde (PSFs) que não estão funcionando como deveriam. Nós temos também a Casa de Saúde Senador Antônio Farias que funciona precariamente. Nós precisamos daquela maternidade. A maioria dos buiquenses nasceram na maternidade. Deixar um patrimônio que nós construímos, um patrimônio do povo de Buíque se acabar, isso não existe! Mas enquanto eu for médico daquela maternidade, irei procurar junto ao nosso grupo fazer com que seja viabilizado um melhor trabalho para a saúde desse município”, garantiu o médico.

O diretor da maternidade, Leonardo Cursino, culpa a administração municipal pelo momento crítico pelo qual a unidade de saúde vem passando nós últimos três anos e cinco meses. Segundo ele, o cancelamento do convênio com a prefeitura dificulta muito o funcionamento da maternidade. O diretor acredita que a Alcides Cursino seja a única unidade de saúde filantrópica do Estado, que funciona sem um convênio com a prefeitura.

“Desde que houve a mudança de prefeito nós passamos por sérias dificuldades. A cada ano que passa, a cada vitória que conseguimos, vemos o tamanho das dificuldades que atravessamos com a falta de ajuda da prefeitura e o cancelamento do convênio. Mas, apesar de tudo isso, continuamos prestando um serviço digno, de qualidade e fazendo o nosso melhor para a população de Buíque. Somos o único hospital filantrópico do Estado de Pernambuco sem um convênio com a prefeitura”, revelou Leonardo.   

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