Políticos se reúnem com a direção e funcionários da maternidade para tentar achar soluções que evite o fechamento da Unidade de Saúde |
Desde que o atual prefeito de Buíque tomou posse em janeiro de 2009, a maternidade Alcides Cursino navega por águas turbulentas e vive em constante ameaça de fechar suas portas e parar com o atendimento de quase 3 mil pessoas ao mês. No sábado (5/5) políticos se reuniram com funcionários e a direção da unidade de saúde, com o objetivo de encontrar soluções que possam evitar o fechamento da instituição que há mais de 40 anos presta serviços aos buiquenses e contabiliza quase 40 mil atendimentos por ano.
A reunião contou com a presença do deputado
federal Jorge Corte Real, que expressou preocupação com o fato, mas demonstrou
muita disposição para ajudar na manutenção da maternidade. O deputado disse que
conseguiu, através de emenda parlamentar, 250 mil reais em recurso, que
servirão para amenizar o problema enquanto outras soluções não forem
encontradas.
“Uma das coisas que me preocupam muito em
Buíque, é essa instabilidade da maternidade Alcides Cursino. Nós fizemos um
convênio através do SESI, onde repassamos mensalmente uma verba em dinheiro
para que a maternidade tenha condições de atender principalmente os
industriários da região. Depois, na ocasião onde houve uma ameaça de cancelar
os atendimentos, nós fizemos ações junto ao secretário de saúde e mantivemos
esses atendimentos. Ultimamente eu tive a oportunidade, dentre as minhas
emendas parlamentares, destinar 250 mil reais, já carimbados, para a
maternidade Alcides Cursino. Isso quer dizer que as ações a médio e curto prazo
nós temos tomado para evitar o fechamento da unidade”, garantiu o deputado.
Outro político que demonstrou muita preocupação
com a situação da maternidade foi o ex-prefeito Arquimedes Valença. O político
lembrou que na época em que governou o município a unidade de saúde navegava em
águas bem mais tranquilas. Valença contou que sob a sua administração, o
município repassava mensalmente, através de convênio, uma verba para ajudar na
manutenção da unidade. “A cada ano nós renovávamos o convênio e aumentávamos o
valor de acordo com a inflação. Em 2008, último ano do meu governo, foi
repassado, se eu não me engano, 27 mil reais por mês. Ou seja, nesse ano a
maternidade recebeu mais de 300 mil reais para continuar prestando seus bons
serviços a população buiquense”.
Ex-secretário de saúde, ex-vice-prefeito,
ex-prefeito, ex-vereador e um dos médicos mais conceituados e queridos do
município, Dr. Dílson Santos expressou toda a sua preocupação e indignação com fato,
prometendo que enquanto ele for médico daquela unidade de saúde, não medirá
esforços para que a maternidade continue prestando atendimento à população de
Buíque.
“A maternidade vem lutando muito para sobreviver
e prestar um trabalho digno a população. Sozinha ela vem mantendo um trabalho
para toda a população de Buíque, onde outros órgãos poderiam também ajudar. Nós
temos, por exemplo, os postos de saúde (PSFs) que não estão funcionando como
deveriam. Nós temos também a Casa de Saúde Senador Antônio Farias que funciona
precariamente. Nós precisamos daquela maternidade. A maioria dos buiquenses
nasceram na maternidade. Deixar um patrimônio que nós construímos, um
patrimônio do povo de Buíque se acabar, isso não existe! Mas enquanto eu for
médico daquela maternidade, irei procurar junto ao nosso grupo fazer com que
seja viabilizado um melhor trabalho para a saúde desse município”, garantiu o
médico.
O diretor da maternidade, Leonardo Cursino,
culpa a administração municipal pelo momento crítico pelo qual a unidade de
saúde vem passando nós últimos três anos e cinco meses. Segundo ele, o cancelamento
do convênio com a prefeitura dificulta muito o funcionamento da maternidade. O
diretor acredita que a Alcides Cursino seja a única unidade de saúde filantrópica
do Estado, que funciona sem um convênio com a prefeitura.
“Desde que houve a mudança de prefeito nós
passamos por sérias dificuldades. A cada ano que passa, a cada vitória que conseguimos,
vemos o tamanho das dificuldades que atravessamos com a falta de ajuda da
prefeitura e o cancelamento do convênio. Mas, apesar de tudo isso, continuamos
prestando um serviço digno, de qualidade e fazendo o nosso melhor para a
população de Buíque. Somos o único hospital filantrópico do Estado de
Pernambuco sem um convênio com a prefeitura”, revelou Leonardo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário