terça-feira, 24 de abril de 2012

PF, Controladoria Geral da União e Receita Federal deflagram operação para recuperar prejuízo aos cofres públicos na execução de obras em diversos municípios


Na manhã de sexta-feira (20), a Polícia Federal, através da Superintendência Regional em Pernambuco e a Controladoria Geral da União, com o apoio da Receita Federal do Brasil, deflagram a "OPERAÇÃO RESGATE", que consiste no cumprimento de ordens judiciais de Busca e Apreensão, Sequestro de Bens e Afastamento de Funções Públicas e Atividades Econômicas em Recife e outros cinco municípios do interior de Pernambuco (Caruaru, Macaparana, Paudalho, São Benedito do Sul e Arcoverde).

Os Órgãos Federais investigaram os passos do grupo por cerca de três anos. No período, detectou-se a atuação de uma quadrilha formada por engenheiros que representavam, muitas vezes e ao mesmo tempo, empresas de engenharia ou construção civil e Órgãos Públicos. Os investigados participavam de diversas fases da execução de obras públicas de pequeno e médio porte em municípios do interior pernambucano, exercendo influência junto a órgãos como a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA e Caixa Econômica Federal.

A atuação da quadrilha iniciava-se com a captação de recursos públicos e aprovação de projetos junto aos órgãos federais repassadores. Quando os repasses das verbas públicas chegavam aos municípios, engenheiros do grupo elaboravam os projetos básicos, enquanto outros participavam de licitações fraudadas. Na execução das obras, utilizavam-se de mão-de-obra sem pagamento de encargos sociais, e outras formas de majoração dos lucros como inexecução parcial, superfaturamento nos preços de materiais empregados, sobreposição de obras, dentre outras irregularidades, que foram detectadas em fiscalizações procedidas pela CGU.
   
Como toda obra pública, as obras irregulares realizadas pelo grupo eram submetidas à fiscalização. No entanto, essa fiscalização era realizada por membros da própria quadrilha, cujo papel era de atestá-las como se regulares estivessem. Além disto, foi detectada a participação de servidores públicos de municípios que mantinham contratos com as empresas dos investigados e outros empresários do ramo da construção civil.

O prejuízo ao erário público, somente nas obras que foram fiscalizadas pela CGU, aproximou-se de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), dano este a ser reparado através de medidas assecuratórias a serem cumpridas na operação. O desfalque total aos cofres públicos provocado pela quadrilha pode ultrapassar a quantia de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).

Os federais estão cumprindo 25 (vinte e cinco) Mandados de Busca e Apreensão, 14 (quatorze) de Condução Coercitiva, ordens de Sequestro de Bens, bloqueio de contas bancárias e operações acionárias, além de notificar os principais alvos da investigação da determinação judicial de Afastamento de Funções Públicas e do Exercício de Atividades Econômicas, Empresariais e Financeiras.

O CREA/PE e a JUCEPE estão sendo comunicados da decisão judicial que determinou, como dito, a suspensão das atividades econômicas e empresariais dos principais alvos da investigação. Dentre os servidores que serão afastados de suas funções encontram-se um membro do alto escalão da FUNASA em Pernambuco, um Secretário Municipal, além de fiscais de contratos municipais. Algumas Secretarias de Obras e salas de Comissões de Licitações nos municípios de Arcoverde, Macaparana, Paudalho e São Benedito do Sul também são alvos de buscas.

Os integrantes da quadrilha serão indiciados, dentre outros delitos, pelos crimes de fraude e dispensa indevida de licitação (Lei Federal nº 8666/93), peculato, falsificação de documento público e formação de quadrilha (arts. 312, 299 e 288, todos do Código Penal).

A Polícia Federal convocou para a Operação cerca de 150 (cento e cinquenta) policiais da Superintendência Regional em Recife, Caruaru e Salgueiro, e dos estados do Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba, além de outros 34 (trinta e quatro) servidores entre Auditores da Receita Federal e Analistas da CGU.
 

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