No centro, o ex-cangaceiro Manoel Dantas Loiola, ladeado pela professora Márcia Rossana (D) e alunos |
“Dialeto do
cangaço”. Este foi o título do projeto da professora de língua portuguesa
Márcia Rossana, que ganhou destaque e foi notícia em todo o Estado, através de
matéria publicada no Jornal do Commercio, na edição do domingo (9/10). A
educadora conta que o projeto foi desenvolvido com os alunos do 8º e do 9º ano
do ensino fundamental, da Escola Municipal Manoel Benício de Siqueira, na vila
do Carneiro, em Buíque, e teve como foco, além da aplicação das regras
gramaticais, a discursão de vários tipos de textos com os alunos, que
pesquisaram na obra “A Estética do Cangaço”, do historiador recifense Frederico
Pernambucano de Melo, o vocabulário específico desenvolvido pelos cangaceiros.
A equipe de
reportagem do JC, a professora declarou que para atingir o objetivo esperado, adotou
um método interdisciplinar, juntando a língua portuguesa e a história, com o pretexto
de propor, além do aprimoramento da língua, também a valorização e o resgate da
identidade, da linguagem e da cultura da região. Para ver de perto e conhecer
mais a fundo o que foi o cangaço, a professora levou até a terra natal de
Virgulino Ferreira, o famoso Lampião – Rei do Cangaço, uma turma com 36 alunos
da sétima série. “Começamos o trabalho em junho, visitando o Museu do Cangaço, em Serra
Talhada (Sertão), e os alunos se identificaram porque todos compartilham a
mesma história, a mesma realizada”, explicou.
Para fechar
com chave de ouro, o encerramento do projeto contou com a participação
do grupo de Samba de Coco da Fundação Terra, e com a presença
do ex-cangaceiro Manoel Dantas Loiola, ou simplesmente seu Né, morador da vila
Guanumby, também no município de Buíque, e último remanescente daqueles que
para muitos eram considerados heróis do Sertão. Bastante emocionando e com o
peso dos seus 97 anos de idade, seu Né contou aos alunos, várias histórias da
época em que acompanhou “Lampião” e ganhou o apelido de “Candeeiro”.
A visita do
ex-cangaceiro serviu ainda para que os alunos colocassem em prática as técnicas
de entrevista ensinadas pela professora Márcia. “O que mais me chamou a atenção
foi o vocabulário deles. Algumas palavras eu uso e nem sabia que tinha origem
no cangaço”, afirmou o estudante Igor Benício, de 15 anos.
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