quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Promotor de justiça dá aula de Cidadania na Escola Santa Cecília

  
Determinado a seguir na luta contra o crack na cidade de Arcoverde, o Promotor da Infância e Juventude, Dr. Carlos Eduardo Seabra, não vem medindo esforços e continua promovendo ações de conscientização e combate a mais essa droga que está destruindo famílias e matando cada dia mais jovens em todo o país. Atualmente, está realizando uma verdadeira peregrinação pelas escolas das redes estadual e municipal, promovendo palestras e orientando os jovens, e especialmente os pais, sobre as consequências devastadoras do uso da droga.

Na tarde da quarta-feira (19) foi à vez da Escola Estadual Santa Cecília, localizada na Avenida Pinto de Campos, no Bairro São Miguel, receber a visita do promotor, que como sempre acontece, foi acompanhado de conselheiros tutelares e representantes da Gerência Regional de Educação (GRE/Arcoverde).

Apesar de ser considerada uma escola de pequeno porte, a equipe de profissionais demonstraram muita grandeza e força de vontade para mobilizar a comunidade escolar, promovendo ações culturais como apresentação de Literatura de Cordel, teatro e dança. O esforço dos profissionais ganhou o reconhecimento da equipe da GRE.

“Meus parabéns a diretora Samila e a todos os profissionais de educação que estão aqui empenhados em apresentar a comunidade escolar para nós nesse momento. Eu realmente estou emocionada com a organização e pelo compromisso que estamos vendo de vocês com a educação que é oferecida a comunidade em torno da escola”, comentou a professora Iraílda Leandro, lamentando não ter encontrado em outras escolas a mesma determinação e empenho dos profissionais. “Nós já fizemos várias escolas aqui em Arcoverde. Grandes escolas que atendem mais de mil alunos, e também escolas com um quantitativo menor, e dentre todas, nós tivemos grandes decepções. Teve ainda outras escolas que não se preocuparam tanto em dar a devida importância a esse momento. Eu, enquanto moradora de Arcoverde há dez anos, é a primeira vez que vejo um promotor sair do seu gabinete e ir à escola, a comunidade, e se colocando a disposição de vocês, estando perto de vocês, valorizando a educação e o espaço escolar como um ambiente tão importante quanto à casa de vocês, que é a escola”.

Além da professora Iraílda, o promotor Dr. Carlos Eduardo, fez questão de elogiar a escola Santa Cecília, e não perdeu a oportunidade para lamentar que algumas escolas maiores, não estão tão engajadas como deveriam. O fato que foi observado pelo promotor, analisando algumas reuniões que já participou. Para Dr. Calos Eduardo, o momento é de observar o papel de cada escola na campanha de combate ao crack, especialmente às consideradas de grande porte, que na opinião do promotor, eram quem deveriam “estar puxando a campanha”. As escolas menores estão se mostrando bem atuantes, agindo em sua comunidade, “onde o promotor está chegando e vendo coisas muito boas. Projetos excelentes saindo dessas escolas”.
  

Falando para dezenas de pais de alunos que prestigiaram o encontro, Dr. Carlos Eduardo fez uma explanação sobre os resultados da campanha de combate ao crack, que é pioneira no Estado de Pernambuco e foi lançada no início do segundo semestre em todo o município de Arcoverde, com foco especialmente na rede de escolas estadual e municipal, envolvendo vários seguimentos da sociedade. Na ótica do promotor, é a família o principal alicerce no combate a nova droga que ele classificou de “pedras da morte”. “Eu tenho passado por lugares muito difíceis, como as comunidades da Vila do Presídio e Monsenhor José Kerly, cercadas de boca de fumo. São as polícias tentando atuar, o promotor tentando prender, e mesmo assim precisamos de ajuda. Não basta o promotor, não basta o conselho tutelar, não bastam os professores. Nós precisamos que cada um aqui saiba que pode salvar a própria família, que pode salvar os seus próprios filhos,” orientou.
   
A violência dentro das escolas é uma das principais preocupações da promotoria, revelou Dr. Carlos Eduardo. Segundo ele, o bullying e a violência praticada por alunos contra diretores e professores, além da violência praticada por pais de alunos contra professores e diretores, estão sendo combatida e os agressores sendo punidos. “Essa situação é um limite, ao ponto do Promotor de Justiça ser obrigado há aproximadamente 45 dias, assinar uma portaria dando autonomia a cada diretor de escola e professores, tanto da rede pública quanto da rede privada, para tomarem as iniciativas necessárias, e infelizmente, aqui em Arcoverde, o Promotor de Justiça já abriu dois processos contra adolescentes que estavam ameaçando e lesionando diretor de escola”. O promotor acrescentou ainda que a maior responsabilidade com os jovens é da família e não dos professores.

“Essa responsabilidade é da família. A família tem que ser envolvida nesse momento e saber o que o filho tá fazendo aqui dentro. Saber se ele está estudando ou se está praticando preconceito, se ele está enfrentando o professor, se está quebrando a escola, o que infelizmente tem sido muito comum, mas dois processos já foram abertos. Eu digo a cada um dos professores aqui presentes: quantos processos forem necessários nós vamos abrir para garantir a segurança de vocês. A promotoria está nesse momento abrindo as portas para a educação dando autoridade ao professor. Professor não pode estar na sala de aula com medo do aluno, afrontado pela família do aluno. A autoridade em sala de aula é o professor. A autoridade dentro da escola é o diretor. Muitas vezes os alunos enfrentam os professores e os diretores dizendo: vou levar para o conselho tutelar, vou levar o professor para a promotoria, vão levar sim, mas saibam que vocês não são vítimas, professores. Vocês vão passar a ser nesse momento, testemunha de algo que pode está acontecendo de muito bom aqui, que é a valorização do professor. Enquanto eu estiver sentado como Promotor de Justiça, tudo que precisar ser feito pra proteger a classe vai ser feito”, garantiu Dr. Calos Eduardo.
    
  
Outro tema abordado pelo promotor foi o uso do celular em sala de aula. De acordo com Dr. Calos, está sendo estudada a possibilidade de editar uma portaria proibindo o uso do aparelho na escola, mas ele já deu autoridade à direção das escolas e aos professores, para decidirem junto com os pais, se a proibição da entrada do celular é necessária. Quanto às gangues de adolescentes que vivem amedrontando as pessoas, com ameaças, assaltos e usando de muita violência, Dr. Carlos disse que nos próximos dias deverá ser assinada e que diz respeito à apreensão e a abordagem de qualquer adolescente a cima de 12 anos, que esteja nas ruas sem documento, sem pai ou mãe, a partir das 22 horas.
    
A diretora da Escola, Samila Carvalho, destacou a importância da iniciativa do promotor em ir pessoalmente as escolas e discutir os problemas que envolvem violência e especialmente o uso de drogas. “Nós temos consciência que a responsabilidade é nossa, mas é muito importante ouvir uma autoridade, e os alunos também ouvirem para poder se conscientizar melhor. Eu desde que estudo, todas as pessoas que eu conheço, nunca ouvimos falar de um promotor que visitou uma escola. Como é importante termos esse contato e esse apoio”, destacou a diretora, acrescentando que o sucesso do encontro se deve ao empenho de todos os profissionais da escola, que se desdobraram para realizar um grande evento e a excelente participação dos pais.


ASSISTA A PALESTRA DO PROMOTOR DR. CARLOS EDUARDO 


VEJA ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO




































































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