Determinado a seguir na luta contra o crack na
cidade de Arcoverde, o Promotor da Infância e Juventude, Dr. Carlos Eduardo
Seabra, não vem medindo esforços e continua promovendo ações de conscientização
e combate a mais essa droga que está destruindo famílias e matando cada dia
mais jovens em todo o país. Atualmente, está realizando uma verdadeira
peregrinação pelas escolas das redes estadual e municipal, promovendo palestras
e orientando os jovens, e especialmente os pais, sobre as consequências
devastadoras do uso da droga.
Na tarde da quarta-feira (19) foi à vez da
Escola Estadual Santa Cecília, localizada na Avenida Pinto de Campos, no Bairro
São Miguel, receber a visita do promotor, que como sempre acontece, foi
acompanhado de conselheiros tutelares e representantes da Gerência Regional de
Educação (GRE/Arcoverde).
Apesar de ser considerada uma escola de pequeno
porte, a equipe de profissionais demonstraram muita grandeza e força de vontade
para mobilizar a comunidade escolar, promovendo ações culturais como
apresentação de Literatura de Cordel, teatro e dança. O esforço dos
profissionais ganhou o reconhecimento da equipe da GRE.
“Meus parabéns a diretora Samila e a todos os
profissionais de educação que estão aqui empenhados em apresentar a comunidade
escolar para nós nesse momento. Eu realmente estou emocionada com a organização
e pelo compromisso que estamos vendo de vocês com a educação que é oferecida a
comunidade em torno da escola”, comentou a professora Iraílda Leandro,
lamentando não ter encontrado em outras escolas a mesma determinação e empenho
dos profissionais. “Nós já fizemos várias escolas aqui em Arcoverde. Grandes
escolas que atendem mais de mil alunos, e também escolas com um quantitativo
menor, e dentre todas, nós tivemos grandes decepções. Teve ainda outras escolas
que não se preocuparam tanto em dar a devida importância a esse momento. Eu,
enquanto moradora de Arcoverde há dez anos, é a primeira vez que vejo um
promotor sair do seu gabinete e ir à escola, a comunidade, e se colocando a
disposição de vocês, estando perto de vocês, valorizando a educação e o espaço
escolar como um ambiente tão importante quanto à casa de vocês, que é a
escola”.
Além da professora Iraílda, o promotor Dr.
Carlos Eduardo, fez questão de elogiar a escola Santa Cecília, e não perdeu a
oportunidade para lamentar que algumas escolas maiores, não estão tão engajadas
como deveriam. O fato que foi observado pelo promotor, analisando algumas
reuniões que já participou. Para Dr. Calos Eduardo, o momento é de observar o
papel de cada escola na campanha de combate ao crack, especialmente às
consideradas de grande porte, que na opinião do promotor, eram quem deveriam
“estar puxando a campanha”. As escolas menores estão se mostrando bem atuantes,
agindo em sua comunidade, “onde o promotor está chegando e vendo coisas muito
boas. Projetos excelentes saindo dessas escolas”.
Falando para dezenas de pais de alunos que
prestigiaram o encontro, Dr. Carlos Eduardo fez uma explanação sobre os
resultados da campanha de combate ao crack, que é pioneira no Estado de
Pernambuco e foi lançada no início do segundo semestre em todo o município de
Arcoverde, com foco especialmente na rede de escolas estadual e municipal, envolvendo
vários seguimentos da sociedade. Na ótica do promotor, é a família o principal
alicerce no combate a nova droga que ele classificou de “pedras da morte”. “Eu
tenho passado por lugares muito difíceis, como as comunidades da Vila do
Presídio e Monsenhor José Kerly, cercadas de boca de fumo. São as polícias
tentando atuar, o promotor tentando prender, e mesmo assim precisamos de ajuda.
Não basta o promotor, não basta o conselho tutelar, não bastam os professores.
Nós precisamos que cada um aqui saiba que pode salvar a própria família, que
pode salvar os seus próprios filhos,” orientou.
A violência dentro das escolas é uma das
principais preocupações da promotoria, revelou Dr. Carlos Eduardo. Segundo ele,
o bullying e a violência praticada por alunos contra diretores e professores,
além da violência praticada por pais de alunos contra professores e diretores,
estão sendo combatida e os agressores sendo punidos. “Essa situação é um
limite, ao ponto do Promotor de Justiça ser obrigado há aproximadamente 45
dias, assinar uma portaria dando autonomia a cada diretor de escola e
professores, tanto da rede pública quanto da rede privada, para tomarem as
iniciativas necessárias, e infelizmente, aqui em Arcoverde, o Promotor de
Justiça já abriu dois processos contra adolescentes que estavam ameaçando e
lesionando diretor de escola”. O promotor acrescentou ainda que a maior
responsabilidade com os jovens é da família e não dos professores.
“Essa responsabilidade é da família. A família
tem que ser envolvida nesse momento e saber o que o filho tá fazendo aqui
dentro. Saber se ele está estudando ou se está praticando preconceito, se ele
está enfrentando o professor, se está quebrando a escola, o que infelizmente
tem sido muito comum, mas dois processos já foram abertos. Eu digo a cada um
dos professores aqui presentes: quantos processos forem necessários nós vamos
abrir para garantir a segurança de vocês. A promotoria está nesse momento
abrindo as portas para a educação dando autoridade ao professor. Professor não
pode estar na sala de aula com medo do aluno, afrontado pela família do aluno.
A autoridade em sala de aula é o professor. A autoridade dentro da escola é o
diretor. Muitas vezes os alunos enfrentam os professores e os diretores
dizendo: vou levar para o conselho tutelar, vou levar o professor para a
promotoria, vão levar sim, mas saibam que vocês não são vítimas, professores.
Vocês vão passar a ser nesse momento, testemunha de algo que pode está
acontecendo de muito bom aqui, que é a valorização do professor. Enquanto eu
estiver sentado como Promotor de Justiça, tudo que precisar ser feito pra
proteger a classe vai ser feito”, garantiu Dr. Calos Eduardo.
Outro tema abordado pelo promotor foi o uso do
celular em sala de aula. De acordo com Dr. Calos, está sendo estudada a
possibilidade de editar uma portaria proibindo o uso do aparelho na escola, mas
ele já deu autoridade à direção das escolas e aos professores, para decidirem
junto com os pais, se a proibição da entrada do celular é necessária. Quanto às
gangues de adolescentes que vivem amedrontando as pessoas, com ameaças,
assaltos e usando de muita violência, Dr. Carlos disse que nos próximos dias
deverá ser assinada e que diz respeito à apreensão e a abordagem de qualquer
adolescente a cima de 12 anos, que esteja nas ruas sem documento, sem pai ou
mãe, a partir das 22 horas.
A diretora da Escola, Samila Carvalho, destacou
a importância da iniciativa do promotor em ir pessoalmente as escolas e
discutir os problemas que envolvem violência e especialmente o uso de drogas.
“Nós temos consciência que a responsabilidade é nossa, mas é muito importante
ouvir uma autoridade, e os alunos também ouvirem para poder se conscientizar
melhor. Eu desde que estudo, todas as pessoas que eu conheço, nunca ouvimos
falar de um promotor que visitou uma escola. Como é importante termos esse
contato e esse apoio”, destacou a diretora, acrescentando que o sucesso do
encontro se deve ao empenho de todos os profissionais da escola, que se
desdobraram para realizar um grande evento e a excelente participação dos pais.
ASSISTA A PALESTRA DO PROMOTOR DR. CARLOS EDUARDO
VEJA ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO
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