segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Clima de terror nas ruas de Águas Belas: Coquetel molotov foi jogado na casa do prefeito


Três ataques consecutivos a dois funcionários da prefeitura e ao próprio prefeito Genivaldo Menezes (PT) devolveram o clima tenso às ruas de Águas Belas (Agreste). Na madrugada de ontem, um coquetel molotov incendiou o muro da casa do petista, que escapou sem ferimentos. Dois assessores tiveram casa e carro queimados, respectivamente, entre terça e sexta-feira. O acusado é José Macário de Brito, Duda, 41 anos, que foi preso. Ele é ex-funcionário do ex-prefeito Nomeriano Martins, integrante do grupo político que controlou a cidade até 2009, ano da posse do atual gestor. No entanto, por enquanto a polícia descarta a hipótese de crime político.    

Por causa do acirramento político, desde 2003 "  quando teve a casa metralhada "  Genivaldo Menezes dispõe de escolta policial. Na época, ele atribuiu a autoria do atentado aos Martins, porém não houve provas. O ataque de ontem é o primeiro desde que recebeu proteção do Estado. Desta vez, ele não arrisca dar conotação política ao caso. " Mas é muita coincidência terem colocado fogo no carro e nas casas em tempo tão curto" , diz. Menezes aguardará o resultado do inquérito para saber se pedirá reforço para sua segurança. Cauteloso, o presidente do PT, deputado Pedro Eugênio, não quis fazer acusações. Ele vai pedir ao secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, pressa na apuração.
  
    Uma garrafa contendo gasolina e esponja em chamas foi jogada à 1h40 contra a casa do prefeito. Vigilantes viram o fogo e, com ajuda de vizinhos, conseguiram controlá-lo. Nesse momento, acordaram o prefeito, sua esposa "  que está grávida " e a filha de 3 anos. Quando a polícia chegou, o casal mostrou imagens das câmeras da residência, o que auxiliou na captura de Duda, oito horas mais tarde.
     Na terça passada, tentaram incendiar a casa do assessor Adalto Ferreira. Sexta, o automóvel do assessor Alan Roberto ficou em chamas. Os ataques aos servidores e ao prefeito aconteceram, coincidentemente, duas semanas após a entrevista do ex-prefeito Nomeriano Martins a uma rádio local, na qual fez acusações contra o petista, dizendo desconfiar que Menezes teria mandado o Ciosac, da PM, revistá-lo. " Não tem a ver conosco" , defende-se o prefeito.
    
O agente da Delegacia de Águas Belas, Caio Afonso, informou que até o momento está descartada a hipótese de crime político. Segundo ele, Macário é agricultor e não tinha mais relação com a família Martins, de quem foi funcionário. " Ele nega as acusações e diz que só fala em juízo" , conclui. A reportagem não conseguiu contato com o ex-prefeito Nomeriano Martins.

Do Jornal do Commercio de 12 de setembro de 2011

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