quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Professor de Arcoverde: Poesia Popular no Festival de Inverno de Garanhuns


Vivemos uma efervescência de festivais literários pelo país: Flip (Festa Literária Internacional de Paraty-RJ/ julho), Jornada Literária Portal do Sertão (setembro, em Arcoverde) Fliporto (novembro, em Olinda), e recentemente o Festival de Inverno de Garanhuns, que este ano apostou alto na literatura.

Fui convidado pelo SESC Garanhuns como palestrante para dia 21 de julho atuar na mediação de uma mesa sobre Literatura com o tema “Poesia Popular: versos, rima, prosa e cordel...”, onde provocaria para o debate sobre o processo, influências, história, seus trabalhos ,criações.... talentosos e profícuos poetas da nossa genuína Literatura Sertaneja, como assim preferia o nosso eterno mestre José Rabelo.

Faziam parte da mesa Ésio Rafael (Biólogo, poeta e pesquisador da cultura popular), Jorge Filó (autor do livro A igreja do diabo ou a contradição humana - Editora Coqueiro, 2004 e dos cordéis A medusa moderna ou besta fera da televisão - Editora Coqueiro, 2005; Dois dedim de prosa entre Jesus e Lampião - Prefeitura do Recife, 2007. ), Chico Pedrosa (autor de  CDs como “No Meu Sertão é Assim” e “Paisagem Sertaneja (Poesia Viva” ou em livros como “Pilão de Pedra” e “Raízes da Terra”) e o jovem declamador e poeta Sandoval Ferreira (que ora lançava seu livro “Meu Sertão em 12 Versos- Causos Nordestinos).

Na platéia estavam artistas, estudantes, poetas, pesquisadores, músicos, professores (entre estes vários arcoverdenses) e verdadeiros ativistas da cultura nacional como Bráulio Tavares, Cida pedrosa, Sennor Ramos, entre tantos outros. Ao final da palestra e declamações, a palavra foi passada ao público para interação com os poetas.

Dentre os brilhantes momentos poéticos surgidos durante a apresentação, podemos destacar o poema de Ésio Rafael “As Mãos”, uma homenagem às mãos de outros  grandes mestres da nossa cultura:

As mãos do mestre Vitalino
Tocavam pífanos e barro
As mãos de Drummond
Tocam no cosmo
As mãos de Manoel Galdino
Pereceram para nós.
Restam-nos apenas
As mãos cirandeiras
De Lia de Itamaracá.

Ou ainda Chico Pedrosa e Jorge Filó, em seqüência:
A saudade é a reserva
Dos sentimentos humanos
E é feliz quem conserva
A saudade através dos anos.

A Esquerda e a Direita
São dois lados bem distintos
A Direita só tem lobos
Devoradores famintos
Os cordeiros da Esquerda
Hoje em dia estão extintos

No dia 1º de setembro voltamos ao SESC de Garanhuns para repetir a dose.
Agradecemos a todos o espaço e a gentileza de nos dar Vez e Voz.
Esperamos que estes eventos literários sejam cada vez mais proporcionados a públicos diversos.

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